Quero expressar um pouco do que
tenho vivido ao longo de três meses de greve no Estado do Rio de Janeiro. É
evidente para quem gosta de trabalhar intensamente, que é meu caso, ficar este
tempo todo parado é muito angustiante, porém não tem como querer voltar a dar
aula na situação que se encontra as escolas e as indefinições da SEEDUC que não
toma uma posição sobre as necessidades evidentes de nossa classe e dos
estudantes. Assim sendo, pelo andar da carruagem esta situação perdurará por
mais um tempo pelo fato do Governo não querer ceder naquilo que é justo e
necessário para que possamos trabalhar com mais tranquilidade: o aumento salarial
e o pagamento nos primeiros dias úteis do mês.
Bem
sei que uma greve vai muito além das questões salariais, mas infelizmente tenho
percebido que ao longo destes dois últimos anos a defasagem salarial no Estado
do Rio de Janeiro tem sido evidente, principalmente quando deparamos com nossas
despesas, que aumentam em períodos determinados, onde o salário pago não
acompanha este gradativo aumento. Corta aqui, cota ali......mas infelizmente a
situação que vivemos é insuportável. Não posso admitir que um Estado tão grande
como o do Rio de Janeiro passe por uma situação tão deplorável como vem
vivenciando e sempre sobra para a base da pirâmide.
Quero
reiterar minha posição que continuarei na luta, pois bem sei que ficar de
braços cruzados esperando alguma coisa mudar naturalmente, sei que não vai
acontecer.
Peço
a compreensão de meus alunos, colegas não grevistas, pais e diretores das
escolas que leciono, mas trabalhar o mês todo com a incerteza de quando vai
sair o pagamento, trabalhar o mês todo é saber que não teremos aumento salarial
algum, trabalhar em uma escola onde não temos suporte de pessoal de portaria e
limpeza......não dar para sustentar tal situação.
Deixo
esta mensagem com o coração partido pelo fato de não desejar esta situação e o
que realmente espero é que os governantes de nosso Estado, secretário de
educação e o meu sindicado”SEPE” tenham decisões certas para que todos saiam
desta greve com uma certeza que não houve ganhadores e nem perdedores, pois a
minha vontade maior é voltar para sala de aula onde eu possa dar o meu melhor
de forma que meus alunos tenham a tranquilidade para estudar e eu para
trabalhar sem ficar preocupado com a situação que estamos presenciando no
Estado do Rio de Janeiro